Após não autorizar gravação de imagens nas escolas municipais, Prefeitura de Conquista adia o retorno do ensino semipresencial

O retorno das aulas semipresenciais na rede municipal de ensino, que estava marcado para a próxima segunda-feira, 2, foi adiado pela Prefeitura de Vitória da Conquista (PMVC). A decisão foi anunciada pelo Executivo na tarde desta sexta, 30, após questionamento da TV Sudoeste sobre o preparo das instituições para atender aos protocolos de segurança contra a covid-19. Durante o jornal veiculado ao meio-dia, a repórter Nayla Santos informou que a PMVC não autorizou a entrada da equipe de reportagem nas escolas para a gravação de imagens. “Por que proibir a imprensa de mostrar a escola, que é pública, já que é de interesse público saber como elas estão se preparando para receber os alunos?”, questionou o apresentador Judson Almeida.

Além de não autorizar que os jornalistas tivessem acesso aos prédios das escolas municipais, a Prefeitura não respondeu as solicitações de entrevista com um representante da Secretaria Municipal de Educação (Smed) e também não enviou nota de posicionamento sobre o retorno iminente. Cerca de três horas após a exibição do jornal, a prefeita Sheila Lemos informou, em entrevista ao Blog do Sena, que a volta às aulas seria adiada porque, depois de vistorias, percebeu-se que “nem todas es escolas tinham as mesmas condições de retorno”.

Quase às 17h da tarde, foi publicado, no site da Prefeitura de Conquista, um posicionamento oficial sobre o assunto. De acordo com a nota da PMVC, entre as 24 escolas escolhidas para o retorno presencial, sendo 17 na cidade e sete na zona rural, quatro unidades ainda precisam de ajustes para funcionar de acordo aos protocolos de segurança. E por esse motivo, o retorno das atividades escolares só irá acontecer no dia 23 de agosto.

Segundo a Smed, as adaptações pendentes precisarão de poucos dias para serem realizadas mas, por ordem da prefeita, “o retorno às aulas só deve se dar se tudo estiver 100%, não apenas em relação à estrutura das escolas e os protocolos sanitários de prevenção à Covid-19, mas, incluindo a alimentação escolar, o transporte e a orientação às famílias sobre os cuidados com a segurança dos estudantes”.

Vacinação dos professores

Além da necessidade de adequação das estruturas físicas das escolas, a falta de imunização completa dos profissionais da educação é um dos argumentos utilizados por pessoas e entidades contrárias ao retorno presencial. O Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (SIMMP) já havia anunciado que os professores decidiram, em assembleia no dia 23, por manter o ensino remoto até que toda a categoria estivesse vacinada.

Em reunião nesta sexta-feira, 30, a Smed informou ao SIMMP que “a volta às aulas presenciais só vai acontecer depois da imunização completa dos professores”, de acordo com nota publicada no site da entidade. Mas no posicionamento oficial da Prefeitura, o Secretário de Educação, Edgard Larry, afirmou que até o dia 23 será feita uma busca dos trabalhadores da educação municipal que ainda não tomaram a 1ª dose da vacina contra a covid-19.

Foto de capa: Secom/PMVC

Vídeo: Reprodução/TV Sudoeste