Professores da rede municipal decidem não retornar às atividades presenciais
Por Victória Lôbo - 28 de julho de 2021
Decisão foi tomada em Assembleia Geral da categoria realizada no último dia 23, mas foi divulgada nesta quarta-feira, 28, no perfil oficial do SIMMP no Instagram
“Não retornaremos às atividades presenciais neste momento”, disse Elenilda Ramos em uma publicação feita no perfil oficial do Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (SIMMP) no Instagram, na manhã desta quarta-feira, 28. De acordo com o sindicato, 97,5% dos professores decidiram retornar somente após a vacinação completa de toda a categoria.
A Prefeitura havia anunciado o retorno das turmas do 2º, 5º e 9º ano em 17 escolas municipais, a partir do dia 2 de agosto, próxima segunda-feira. Os estabelecimentos de ensino chegaram a receber reparos e adaptações para se adequarem aos protocolos de saúde definidos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e de Educação (Smed).
Após a divulgação do decreto nº 21.192, os professores da rede municipal de ensino aprovaram um indicativo de greve, que, conforme explicado por Ramos, presidente do SIMMP, não teve resposta da gestão municipal. No entanto, segundo ela, algumas solicitações do sindicato foram atendidas, como as reformas nas escolas e a vacinação de todos os professores com idade superior aos 18 anos.
Algo que chama atenção na decisão tomada pela Prefeitura é que apenas as turmas que fazem a prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) retornarão. A prova é um dos fatores que culminam na nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e Elenilda chamou a atenção para isso.
“E as outras escolas? E os outros estudantes? Não é importante que voltem também ou vai empurrar como um problema crescente para o ano que vem? Queremos que volte o ensino presencial, o mais rápido possível, mas com o planejamento sanitário e também pedagógico”, apontou a sindicalista.
O professor Pedro Alcântara lembrou que os transportes escolares não estão adaptados e afirmou que se recusa a entrar nos carros, visto que ele leciona na zona rural e necessita do serviço. Já a professora Ana Cláudia Santana disse que “toda essa situação está colocando alguns dos professores como ratos de laboratório, para testar o retorno”.
“O Simmp reforça que os professores municipais são a favor do retorno presencial das atividades, e cobra ações para esse retorno o mais rápido possível. Mas, em nome da segurança sanitária, para defender a vida de profissionais, estudantes e famílias, vão continuar trabalhando incansavelmente, de maneira remota, até que seja possível a volta responsável ao modelo presencial”, informou a instituição.
A decisão é semelhante a dos professores do ensino público estadual, que não compareceram às escolas nesta semana e também reivindicam a imunização completa da categoria.
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