Maioria dos professores não adere às aulas semipresenciais na rede estadual de ensino

Por - 26 de julho de 2021

95% dos profissionais da categoria não compareceram às salas de aula no 1º dia de retomada das atividades semipresenciais nas escolas estaduais, de acordo com a APLB

A ameaça do Governo da Bahia de cortar os salários dos profissionais da educação que não aderissem ao modelo de ensino semipresencial na rede estadual de educação a partir desta segunda-feira, 26, não surtiu o efeito desejado por Rui Costa. Por orientação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), a maioria dos professores não compareceu às salas de aula de colégios de Vitória da Conquista e de diversas outras cidades baianas. Com isso, mesmo indo para as escolas, muitos alunos tiveram aulas de forma remota.

Segundo o secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues, era previsto que 780 mil estudantes de ensino médio retornassem às instituições de ensino nesta segunda, 26. “Nós estamos com todo o zelo protocolar, com álcool em gel, distribuindo máscaras, farda, alimentação reforçada”, disse. Já o diretor do Núcleo Territorial de Educação do Sudoeste da Bahia (NTE20), Ricardo Costa, afirmou em entrevista para o programa Redação Brasil, da Brasil FM, que havia uma presença significativa de alunos, no início da manhã, nas escolas de Conquista.

Entretanto, apurações realizadas por veículos de imprensa da cidade mostraram o contrário. De acordo com reportagem da TV Sudoeste, na Escola Estadual Luís Eduardo Magalhães (Colégio Modelo), dos 32 professores que fazem parte do quadro funcional da instituição, apenas 3 compareceram. Já no Instituto de Educação Euclides Dantas (IEED), foram 5 de um total de 17 profissionais que dão aulas para alunos do ensino médio. A adesão ao modelo semipresencial também foi baixa entre os alunos do Colégio Modelo: 14% dos estudantes retornaram às salas de aula, de acordo com matéria do Blog do Sena

“Na Bahia toda, 95% [dos professores] disseram para o governo que não tem aula em nome da vida. Nós queremos preservar a vida, é preciso diálogo”, disse o presidente da APLB, Rui Oliveira. Ele afirmou ainda que na próxima quarta-feira, 28, acontecerá uma reunião com o Governo do Estado para discutir as atividades presenciais e as pautas dos profissionais da educação.

Nas redes sociais

As opiniões de usuários das redes sociais, em sua maioria, demonstram insatisfação com a retomada das atividades presenciais. “Estou seguindo a decisão da categoria e principalmente do bom senso em não retornar com a baixa cobertura vacinal”, afirmou um professor no Twitter, após ser questionado por alunos. “95% dos professores (da Bahia) não foram pras aulas presenciais. Amo que tem professor mais sensato que aluno”, comentou uma outra internauta.

Porém, houve também pessoas que não gostaram da decisão dos professores, como um usuário que afirmou: “papelão desses professores da Bahia. Alunos querendo ir estudar enquanto professor não quer ir à escola dar aulas presenciais”. Para outra pessoa, o retorno presencial significa que o Governo da Bahia está “dando uma forcinha pro genocídio”.

*Foto de Capa: Governo do Estado

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