O verdadeiro jornalismo não oprime nem dissemina o ódio

Por - 23 de março de 2022

Dirigentes do SIMMP foram repetidamente interrompidas e silenciadas pelos radialistas Humberto Pinheiro e Washington Rodrigues, na Rádio Clube FM.

Como defensores do jornalismo independente, crítico, responsável e ético, nós, integrantes do Conquista Repórter, não poderíamos nos calar diante do revoltante episódio de machismo e misoginia ocorrido na Rádio Clube FM, na última terça-feira, 22. É necessário agir, assumir uma posição e cobrar a responsabilização daqueles que utilizam da truculência para humilhar, intimidar e oprimir.

Durante o que deveria ser uma entrevista, as professoras Elenilda Ramos e Greissy Leôncio, presidente e vice-presidente do Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (SIMMP), foram repetidamente interrompidas e silenciadas pelos radialistas Humberto Pinheiro e Washington Rodrigues. Com vozes exaltadas e comentários difamatórios, o estúdio logo virou palco para um show de horrores, com direito à expulsão das entrevistadas ao final da discussão.

É importante ressaltar que essa não é uma ação isolada. Diariamente, os referidos comunicadores utilizam o espaço de uma concessão pública para disseminar desinformação e, principalmente, atacar e constranger aqueles que ousam expor posicionamentos contrários aos deles. Movimentos sociais que defendem os direitos individuais e coletivos são frequentemente alvos de ambos os radialistas.

A diretoria do SIMMP foi o alvo da vez. A intenção das professoras era explicar à população sobre a situação do reajuste salarial de 33,34%, que não foi concedido de forma linear pela prefeita Sheila Lemos aos educadores.

Mas ao que parece, essa e tantas outras pautas essenciais em uma sociedade democrática não são relevantes para os comunicadores em questão. Com a justificativa de que as professoras são “militantes” e “não querem dar aula”, Humberto Pinheiro e Washington Rodrigues demonstram que relevante mesmo são as suas “verdades absolutas”.

O Conquista Repórter, assim como tantas outras instituições e entidades que já se manifestaram sobre o acontecido, se solidariza com as professoras Elenilda Ramos e Greissy Leôncio, dirigentes do SIMMP. Mas, além disso, repudia a utilização de um veículo de comunicação como espaço para reprodução de violências e disseminação de discursos de ódio.

Foto de capa: Montagem/Conquista Repórter.

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