UESB passa a ofertar licenciaturas em Educação do Campo e Educação Quilombola

Por - 3 de abril de 2024

Os cursos integram o Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica (Parfor). A implementação está prevista para o mês de agosto.

A partir do segundo semestre de 2024, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) irá oferecer dois novos cursos de licenciatura. As formações em “Educação do Campo” e “Educação Escolar Quilombola” serão voltadas para docentes da Educação Básica que atuam nessas áreas. Os cursos serão ofertados nos três campi da UESB, em Itapetinga, Jequié e Vitória da Conquista.

As licenciaturas fazem parte do Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica (Parfor Equidade). Serão 80 vagas destinadas ao curso de “Educação do Campo” e 40 vagas para a formação em “Educação Escolar Quilombola”. Metade delas serão direcionadas para docentes que atuam na rede pública de ensino.

Segundo Yuri Oliveira, mestrando em Educação e servidor técnico da UESB, os novos cursos surgem para suprir uma ausência na formação de professores. O educador foi um dos pesquisadores que compôs o Grupo de Trabalho (GT) responsável pelo projeto que culminou na licenciatura em “Educação do Campo”.

“O programa é uma iniciativa para preencher uma lacuna histórica no campo da educação, que é a formação de professores para trabalhar com essas temáticas específicas. Os cursos de licenciatura, por mais atualizados que sejam, não dão conta de contemplar as especificidades da educação do campo e da educação quilombola”, explica Yuri.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica estão previstas numa resolução do Conselho Nacional de Educação, de 2012. Além disso, um importante instrumento legal para a construção da educação escolar quilombola é a Lei 10.639/2003, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira no currículo oficial da educação básica em todo o país.

A implementação de um currículo adequado às especificidades das comunidades quilombolas depende também da formação dos docentes. Niltânia Brito Oliveira, que atua na rede municipal de ensino há 30 anos, observou essa questão enquanto realizava seu trabalho de mestrado, no qual pesquisou a política da educação escolar quilombola em Vitória da Conquista.

“Os professores, no intuito de fazer um trabalho, mas sem nenhuma formação específica, reforçavam mais preconceito do que trabalhavam a desconstrução desse racismo”, afirma Niltânia. Para tentar minimizar os impactos disso, a UESB implementa as novas licenciaturas em Conquista e região.

“Desde 2009, a Uesb já oferta cursos do Parfor para aqueles professores que ainda não possuem um diploma de Ensino Superior. Agora, a gente amplia o nosso leque nos três territórios de identidade, onde sabemos que possui uma demanda grande desse tipo de formação”, destaca o pró-reitor de Graduação, Reginaldo Pereira.

A implementação dos novos cursos está prevista para o mês de agosto, quando devem ser realizados os cadastros na plataforma do Ministério da Educação (MEC) e o lançamento de editais para seleção dos discentes.

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