Professores da Uesb se mobilizam contra arrocho salarial imposto pelo governo estadual

Por - 27 de abril de 2022

Em protesto, categoria paralisou as atividades docentes da universidade nesta quarta, 27, e realizou um ato público durante a tarde, em Salvador. "Estamos em busca de diálogo e não estamos obtendo retorno", afirma presidente da Adusb.

A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) amanheceu de portões fechados nesta quarta-feira, 27. Em busca de reajuste salarial, professores da instituição paralisaram as atividades letivas em conjunto com docentes das demais universidades estaduais.

De acordo com a Associação dos Docentes da Uesb (Adusb), depois de sete anos sem reposição, a inflação diminuiu o salário da categoria pela metade. Além disso, o sindicato afirma que o Governo do Estado se recusa a negociar o reajuste, o que representa uma quebra de acordo com os professores.

Para denunciar a situação, o sindicato realizou um café da manhã em frente aos portões da Uesb logo no início do dia. Na ocasião, membros da diretoria da Associação concederam entrevista a veículos da imprensa local acerca do assunto.

Uma das faixas estampadas na frente da universidade dizia que a paralisação tinha como intuito a retomada da mesa de negociação entre o sindicato e representantes do governo estadual. “É importante deixar claro que não estamos pedindo aumento, mas sim o reajuste linear da inflação. Infelizmente, a proposta de reajuste do governo é indecorosa, de apenas 4%, o que não repõe sequer a inflação do ano de 2021”, explicou a vice-presidente da Adusb, Suzane Tosta.

O reajuste de 4% proposto pelo governador Rui Costa para todos os servidores públicos do estado foi autorizado pela Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) no final do ano passado, assim como um aumento de R$100 a R$300 aos professores das universidades estaduais, conforme a carga horária de trabalho. Mas além de insuficiente, o sindicato alega que o reajuste por carga horária fere a estrutura da carreira, conforme o Estatuto do Magistério Superior (Lei nº 8.352/02).

Para o presidente da entidade, Alexandre Galvão, a situação inconcebível. “Professores de universidades estaduais de norte a sul do Brasil receberam reajuste igual ou superior à inflação do ano passado, o que não aconteceu conosco. O alto preço dos alimentos, dos combustíveis e o aumento da inflação de modo geral também afeta os professores da Uesb. Perdemos nosso poder de compra praticamente pela metade nos últimos sete anos”, afirmou.

Ainda nesta quarta, 27, um ato público foi realizado durante a tarde na Praça da Piedade, em Salvador, pelos professores das universidades estaduais. Concentrados no local, docentes entoaram gritos de guerra como “a universidade resiste”, e discursaram em protesto contra o arrocho salarial.

As entidades sindicais que representam a categoria destacam que não falta dinheiro no estado para que o governador Rui Costa (PT) pague um salário justo para os professores, pois houve crescimento da arrecadação na Bahia. Com os impostos, esse aumento chegou a cerca de 25%, segundo a Adusb.

“Estamos em busca de diálogo e não estamos obtendo retorno. Ao final da nossa greve em 2019, o governo assinou um acordo, que previa mesa de negociação permanente, mas não tem cumprido com a sua parte, mesmo com nossas inúmeras tentativas, por isso, estamos mobilizados”, reiterou o presidente da Associação, Alexandre Galvão.

*Foto de capa: Ascom Adusb.

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