Por que nos posicionamos contra o governo Bolsonaro

Por - 3 de julho de 2021

Escrevemos uma carta aberta a um leitor que trouxe à tona, em um comentário no Instagram, o mito da imparcialidade no jornalismo

Os presidentes da República, Jair Bolsonaro e do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, fazem declaração à imprensa no Planalto

Caro leitor, não existe imparcialidade no jornalismo. Trata-se de um mito. Existe, no máximo, neutralidade diante da cobertura dos fatos. Ainda assim, todo e qualquer jornal não deixa de evidenciar visões de mundo e vertentes ideológicas por meio do que publica, por meio das fontes que escolhe para suas matérias, do direcionamento que dá aos assuntos que aborda.

O que acontece é que alguns simplesmente escolhem não se posicionar abertamente diante de determinadas questões. Não é o nosso caso. Temos no governo do país um presidente genocida, sim, pois minimizou o potencial destrutivo da pandemia e a dor das famílias das mais de 500 mil vítimas da covid-19. Temos no governo um presidente que poderia ter salvado inúmeras dessas vidas, se tivesse fazendo uma gestão responsável da Saúde, se não tivesse ignorado ofertas de vacinas, se não disseminasse mentiras que vão contra a ciência.

Temos no governo um presidente machista, misógino, homofóbico, racista, defensor da ditadura militar e averso aos direitos humanos. Temos no governo um presidente anti-democrático, um gestor que não respeita outras instituições necessárias para a nossa sociedade.

Print de comentário em nosso perfil no Instagram que motivou esta carta aberta. Reprodução: Instagram.

Então, o senhor acha mesmo que nos manteríamos isentos diante de todo esse contexto? E que, ainda por cima, deixaríamos de noticiar os protestos que têm ocorrido pelo país? Muito pelo contrário. Saiba que eles estão acontecendo não porque os manifestantes esqueceram do novo coronavírus ou não se preocupam mais com ele, e sim porque o atual presidente é tão perigoso quanto esse vírus.

Portanto, fazemos questão de repudiar veementemente tal figura e suas práticas, e de divulgar fatos sendo fiéis à sua veracidade. Entenda: se posicionar não significa ser partidário. Nos manteremos atentos, críticos e vigilantes a qualquer figura ou entidade que desrespeite a democracia e os direitos humanos.

Infelizmente, estamos vivendo um momento em que a chamada autoverdade predomina, como aponta a jornalista Eliane Brum. E se o senhor ou qualquer outra pessoa não aceita ou não quer ler, ver ou ouvir informações verídicas e fatos concretos só porque eles mostram o contrário do que você defende, ideologicamente, só podemos lamentar.

Foto de capa: Carolina Antunes / Agência Brasil

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