Ginásio de Esportes Raul Ferraz está “em estado de decadência”, diz skatista

Por - 12 de agosto de 2021

O único espaço destinado à prática de esportes radicais em Vitória da Conquista está fechado desde o início da pandemia; Skatistas têm que ir a Jequié treinar para campeonatos

“Skate é meu estilo de vida, meu meio de transporte, minha terapia”, afirma o conquistense Luis Gustavo. Neste ano, a atividade se tornou esporte olímpico e trouxe três medalhas de prata para o Brasil nos jogos de Tóquio. Mas, em Vitória da Conquista, com a falta de investimento do Poder Público e de locais específicos para o treinamento, os skatistas têm que fazer “manobras” para praticar o esporte.

A denúncia chegou através do WhatsApp do Conquista Repórter, por meio do qual uma esportista enviou uma série de vídeos acerca da situação do Ginásio de Esportes Raul Ferraz, localizado no bairro Jurema, único local destinado à prática de esportes radicais –  Skate, BMX e patins – no município. O ginásio, que foi inaugurado em 1981, passou por uma reforma em 2007, mas, além de ultrapassado, está deteriorando, segundo esportistas.

Luis Gustavo: “Skate é meu estilo de vida, meu meio de transporte, minha terapia”. Foto: arquivo pessoal.

“É uma pista de skate antiga com obstáculos antigos”, explica Luis Gustavo, que viaja pelas cidades da região representando Conquista nas competições. Igor Kekas, também skatista de alto rendimento, conta que “o ginásio precisa de reforma até mesmo pela segurança da gente, porque ele tem muito buraco. A gente pode errar uma manobra, cair e se machucar”. Além disso, o espaço está fechado desde o início da pandemia.

Para Luis, além da reforma, é preciso “inovar com skate plazas, que são praças com obstáculos para skate, com escadas ou mini-rampas”. Já de acordo com Igor, o Poder Público poderia fazer alguns investimentos: “uma mini pista para um garoto poder andar de skate, por exemplo, na Olívia [Flores], e uma outra numa praça onde o pessoal gosta de percorrer, caminhar e praticar exercícios físicos e poderia apoiar mais o esporte, em campeonatos e eventos”.

Igor Kekes: “O ginásio precisa de reforma até mesmo pela segurança da gente”. Foto: arquivo pessoal.

“O skate é muito mais do que um esporte, é amizade, diversão e saúde de qualidade”, diz Igor, que participou de vários campeonatos, ganhando prêmios em cidades como Ilhéus e Porto Seguro, o que o fez conhecer pessoas de diversas localidades. Ele conta que tem uma importante competição chegando e, para treinar, os esportistas de alto rendimento se deslocam para Jequié, onde praticam numa pista recém-inaugurada. Em Vitória da Conquista, ele treina nas ruas, em avenidas e conta que era no Ginásio Raul Ferraz que se encontrava com os amigos.

A entrada do skate nas Olimpíadas trouxe também a esperança em relação aos estereótipos direcionados aos que o praticam, visto que desde a sua chegada no Brasil, a atividade foi marginalizada e chegou a ser proibida na cidade de São Paulo. “Skate não é violência, skate não é crime e eu espero que essa visão mude”, conclui Igor.

Foto de capa: Igor Kekas.

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