Entidades reivindicam políticas públicas para fortalecer o audiovisual nos interiores
Por Karina Costa - 1 de abril de 2024
As solicitações estão em uma carta protocolada ao Ministério da Cultura (MinC) e à Agência Nacional de Cinema (ANCINE). A Associação do Setor Audiovisual do Sudoeste Baiano (SASB) é uma das entidades envolvidas na ação.
Mais de 20 entidades representativas do setor audiovisual reivindicam a criação de políticas públicas que fortaleçam o cinema e o audiovisual nos interiores brasileiros. No mês de março, o grupo protocolou uma carta ao Ministério da Cultura (MinC) e à Agência Nacional de Cinema (ANCINE). As organizações envolvidas na articulação foram reunidas por meio do Fórum de Cinema do Interior Paulista (ICINE) e da Associação do Setor Audiovisual do Sudoeste Baiano (SASB). O documento é assinado por representações de nove estados, incluindo Bahia, São Paulo, Ceará, Paraíba, Maranhão, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
O presidente da SASB, Daniel Leite Almeida, explica que existe um problema histórico na distribuição de recursos para o audiovisual. “Nós temos a concentração de verbas no eixo Rio-São Paulo, especialmente em alguns bairros onde estão as grandes produtoras, então acaba chegando pouca coisa para os estados do norte, nordeste e centro-oeste”, ressalta o diretor e roteirista.
Segundo Daniel, mesmo quando os recursos são destinados a outras regiões diferentes do sudeste, há uma preferência pelas capitais. Por esse motivo, a SASB e demais entidades solicitam aos órgãos competentes a interiorização e a descentralização das políticas públicas do audiovisual.
“A interiorização possibilita não apenas que profissionais dos interiores tenham acesso aos recursos públicos, mas também que a gente tenha a nossa diversidade brasileira representada nas telas”, destaca o cineasta.
Para promover a interiorização do audiovisual, os profissionais solicitam algumas medidas, como o lançamento de editais específicos para produções estabelecidas nos interiores dos estados brasileiros. O grupo também reivindica cotas para o interior nos editais do MinC e da ANCINE, além da reforma e construção de salas de cinema independente.
Para Daniel Leite Almeida, as medidas são necessárias para ampliar vozes que, historicamente, sempre foram subrepresentadas. “Com a interiorização, pessoas que não tinham acesso às políticas públicas do audiovisual passam a ter, passam a produzir e falar sobre si mesmas, e o cinema se torna essa ferramenta de transformação social”, finaliza.
Foto de capa: Divulgação/SASB e ICINE.
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