Editorial | O Conquista Repórter resiste, apesar de ataques e tentativas de silenciamento

Silenciar. Apagar. Esquecer. É tudo isso o que as forças conservadoras e neoliberais querem fazer com o jornalismo que não aceita as amarras do capital e realiza pautas independentes, voltadas para a garantia dos direitos humanos e com o intuito de ouvir as vozes das minorias. 

Foi isso o que tentaram fazer com o Conquista Repórter. Era noite de sábado, 23 de setembro, quando recebemos uma mensagem nos informando sobre o site estar fora do ar. Estávamos cansados, tínhamos visitado quatro comunidades quilombolas naquele dia e deixamos para resolver no dia seguinte, conversando com o profissional que cuida do nosso sistema. 

Foi então que descobrimos que perdemos todos os acessos, não conseguimos acessar o painel do WordPress, e o desespero tomou conta. O que aconteceu? Buscamos ajuda de outro técnico e compreendemos que se tratava de uma invasão. Apagaram nossas pastas, instalaram malwares. 

Na terça-feira, 26, à noite, o nosso provedor de hospedagem disponibilizou o backup do site. Entretanto, além de ter muitos arquivos infectados, várias publicações desapareceram. Diante da situação, iniciamos uma campanha para arrecadar o valor necessário para pagar a reformulação das páginas e a retirada dos malwares, além da implementação de configurações de segurança para garantir que novos ataques não aconteçam.

Em meio a tudo isso, surgiram ainda ataques nas nossas publicações insinuando que somos financiados por partidos políticos de esquerda. Somos acusados disso em razão da nossa concisa e recorrente defesa dos direitos humanos e da nossa ligação com os movimentos sociais, que buscam melhorias para Vitória da Conquista e o combate às opressões.

Quem deseja silenciar o Conquista Repórter tem como objetivo acabar com o embate de narrativas e o debate qualificado em Vitória da Conquista, com difusão de apurações bem apuradas. Mas recebeu como devolutiva uma rede consolidada de organizações independentes que se ajudam e impulsionam e um grupo de leitores que reconhece a nossa importância para o município. Devemos muito ao nosso público, a quem somos imensamente gratos, e a essa rede.

Registramos aqui nossa gratidão ao ICFJ (@icfj); Alma Preta (@almapretajornalismo); Instituto Fala (@instituto.fala); Nós, Mulheres da Periferia (@nosmulheresdaperiferia), Marco Zero Conteúdo (@marcozeroconteudo), UneAfro (@uneafrobrasil) e Fiquem Sabendo (@_fiquemsabendo). Agradecemos, especialmente, à nossa mentora, Elaine Silva (@ellainnems), que fez a ponte com várias dessas organizações e nos guiou num momento tão desafiador como esse.

Obrigado também às entidades e veículos que nos apoiaram divulgando a campanha, como a ABI Bahia, Ajor (Associação de Jornalismo Digital), Site Avoador, Jornalismo Importa, Terra, Sudoeste Digital e aos demais que por um acaso não tenhamos visto.

Nossa luta continua. E o jornalismo do Conquista Repórter está ainda mais vivo e pulsante!

Importante: Você pode ler este texto em primeira mão assinando a nossa newsletter, onde publicamos os editoriais do Conquista Repórter. A “Nossa Semana” chega aos sábados, sempre às 8h, no e-mail dos nossos assinantes. Clique aqui e se inscreva para receber!