Campanha busca doações para famílias do Acampamento Terra Nobre

Por - 29 de junho de 2021

A ação, organizada pelo Fórum Sindical e Popular de Vitória da Conquista, visa ajudar famílias desalojadas pela Prefeitura em desocupação realizada no feriado de São João

O Fórum Sindical e Popular de Vitória da Conquista, que reúne representantes de sindicatos e movimentos sociais do município, está realizando uma campanha de arrecadação de alimentos, cobertores, roupas, agasalhos, materiais de limpeza e utensílios domésticos. As doações são destinadas às famílias do Acampamento Terra Nobre, vítimas da desocupação realizada pela Prefeitura Municipal no último dia 24, em pleno feriado de São João.

Os itens podem ser doados diretamente no acampamento, em qualquer dia da semana, das 8h às 18h. Ele fica localizado no loteamento Alto da Universidade, atrás do Centro de Detenção de Menores. As doações também podem ser entregues entre segunda e sexta-feira, das 9h às 17h, no Sindicato dos Bancários, que fica na Rua 2 de Julho, no Centro de Vitória da Conquista. 

Colaborações em dinheiro podem ser depositadas na conta da Associação dos Docentes da UESB (Adusb). As informações necessárias para efetuar a transação são as seguintes: CNPJ de nº 13.273.859/0001-16; Banco Cooperativo do Brasil S.A. – BANCOOB (756); Agência – 3237; Conta Corrente – 30.120-5. 

Além de organizar a campanha, o Fórum Sindical e Popular prestou apoio ao Movimento As Terras, responsável pelo Acampamento Terra Nobre, para que a situação dos moradores fosse encaminhada à Defensoria Pública da Bahia com o objetivo de garantir que eles só deixem o local quando a Prefeitura oferecer condições dignas de moradia às famílias acampadas. Segundo Herberson Sonkha, membro do Fórum, a Defensoria foi acionada porque o movimento entende que houve irregularidade no ato de desocupação realizado pelo Executivo municipal.

“A Prefeitura tem que dizer por que esteve [no acampamento] e por que requereu a presença da Polícia Especial de Choque, como se lá fosse uma área de conflito. A prefeita não tinha e continua não tendo um pedido de reintegração de posse. Portanto, a Defensoria vai cumprir esse papel de intimá-la, obviamente, e comprovada a ilegalidade [do ato], teremos as punições previstas nos rigores da lei”, explicou Sonkha.

A ocupação do terreno pelas famílias do Acampamento Terra Nobre já dura cerca de 60 dias, segundo o líder do Movimento As Terras, Adnoaldo Ferreira. Após terem seus barracos destruídos por máquinas do Executivo municipal, elas permaneceram no local e, desde então, vêm reconstruindo suas casas, ao tempo em que contam com o apoio de conquistenses que se solidarizaram com a situação. 

“É de suma importância que a população entenda que quem não tem onde morar e vive à margem da sociedade também precisa sobreviver. E o Estado tem que dar a essas pessoas as condições mínimas necessárias para isso. O Movimento que está acampado no Terra Nobre está fazendo com que as autoridades judiciais cumpram a Constituição Federal, dando uma função social àquela terra que, até então, estava lá para especulação imobiliária”, concluiu Sonkha. 

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