Festival Suíça Bahiana encerra nona edição com show inédito de Rachel Reis e diversidade musical

Por - 15 de outubro de 2023

Artistas locais, regionais e internacionais apresentaram repertório autoral na concha acústica do Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, no domingo, 15.

Hip Hop, pagode baiano, afrobeat, samba de roda, milonga e baião. A diversidade de gêneros e ritmos musicais marcou o último dia do Festival Suíça Bahiana, que aconteceu neste domingo, 15, na concha acústica do Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima. A programação começou ainda no período da tarde, às 14h, com o setlist da DJ Paulinha Chernobyl, e terminou com o som de Rachel Reis, feirense indicada ao Grammy Latino 2023 com seu álbum de estreia, “Meu Esquema”, lançado em 2022.

Por volta das 15h20, o Duo Finlândia, formado pelo argentino Mauricio Candussi e pelo brasileiro Raphael Evangelista, subiu ao palco para representar a música latino-americana. O show marcou o retorno da dupla a Conquista, depois de dez anos desde a última visita. Os musicistas misturam o eletrônico com instrumentos acústicos como piano, acordeão e violoncelo, passeando por diversos ritmos, desde o baião até o tango.

Quem se juntou à dupla na tarde do domingo, 15, foi a musicista Gabriela Mello, com seu violoncelo em mãos. Os artistas tocaram o baião intitulado “Não Dá”. Duo Finlandia apresentou ainda uma música feita em parceria com um coral de lavadeiras de Jequitinhonha, no estado de Minas Gerais, além da canção “Miçanga”, de BaianaSystem.

Com o samba de roda e as raízes afro-brasileiras da música, Africania levou ao palco do FSB 2023 o pandeiro, o cavaquinho, o timbau e muita dança. Em frente aos músicos, rodas se formaram para acompanhar o som que veio de Feira de Santana e tantos outros lugares, como Água Fria, Quixabeira e Mundo Novo, municípios do estado da Bahia.

O mais recente trabalho do grupo, “O Curador do Museu do Imaginário”, de 2021, é uma homenagem aos saberes de sambadeiras e sambadores do sertão baiano. “A maior parte da banda tem ligação com o candomblé, tem famílias no samba, então a gente tenta fazer o som de dentro de casa para fora. Nós dividimos um pouco do que aprendemos de pai para filho, de avô para avô, e principalmente com as nossas tradições ancestrais”, explicou Daniel da Quixabeira, um dos integrantes do Africania.

Com o show chegando ao fim, o grupo reproduziu uma mensagem em áudio destacando a existência de diferentes grupos sociais, pessoas negras, indígenas, homossexuais, transexuais e outros, que resistem em frente às violências e negação de direitos.

A estreia de Rachel Reis e a celebração do Hip Hop

No início da noite, às 18h30, o rapper, cantor e compositor Supremo chegou para representar o Hip Hop e o Trap, com a participação especial da cantora Eulá. Os artistas prepararam um show inédito para o FSB 2023 composto por músicas 100% autorais. A dupla apresentou a canção “Chances” e outras letras criadas em conjunto a partir do convite para participar do Festival Suíça Bahiana.

O show no FSB marcou a volta de Supremo aos palcos depois de um hiato de um ano, período em que o cantor esteve trabalhando em novas músicas ao lado do produtor Caiik Prado. O repertório da noite também prestou uma homenagem aos 50 anos do Hip Hop.

“Essa apresentação tem um significado ainda mais especial porque celebra as cinco décadas do Hip Hop, que por muito tempo foi visto como uma ameaça ao sistema, por denunciar as injustiças”, disse Supremo, ao anunciar sua nova música, intitulada “Ameaça”. A canção será lançada oficialmente no dia 12 de novembro, dia mundial do Hip Hop.

Entre o show do Supremo e a estreia de Rachel Reis, quem animou o público foi o DJ Lerry. A arena da concha acústica do Centro de Cultura, inclusive as arquibancadas, já estavam lotadas de fãs esperando pela estreia da artista de Feira de Santana, muito aguardada pelo público de Vitória da Conquista desde a última edição do Festival Suíça Bahiana.

A cantora se emocionou com a receptividade da plateia, que entoou junto diversas canções, desde aquelas que compõem o EP “Encosta”, de 2021, até o álbum “Meu Esquema”, de 2022. Uma sequência de hits fez parte do repertório da noite. As interpretações de “Lovezinho”, “Brasa”, “Motinha” e “Maresia”, foram recebidas com entusiasmo, além de trabalhos mais recentes, como “Bateu”, em parceria com Gilsons e Mulú. Rachel Reis anunciou ainda que em 2024 os fãs poderão aproveitar um álbum novo.

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