Editorial | Os números da violência contra a mulher que mata todos os dias
Por Da Redação - 12 de agosto de 2024
No mês em que a Lei Maria da Penha (11.340) completa 18 anos, as estatísticas e manchetes do noticiário mostram que a violência impulsionada pela misoginia ainda mata muitas mulheres.
Entre 2017 e 2023, a Bahia registrou 672 casos de feminicídios, sendo que 92,6% dos crimes foram cometidos por parceiros íntimos das vítimas. Os números são de um levantamento da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), realizado em parceria com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Outro dado alarmante foi divulgado pelo Jornal Correio. De acordo com a matéria, a cada dia, 55 mulheres vítimas de violência no estado recebem medidas protetivas de urgência (MPUs) contra seus agressores.
No mês em que a Lei Maria da Penha (11.340) completa 18 anos, as estatísticas e manchetes do noticiário mostram que a violência impulsionada pela misoginia ainda mata muitas mulheres, especialmente mulheres negras. Esse grupo representou 62% das vítimas de feminicídio no Brasil, no ano de 2022, segundo relatório da Anistia Internacional.
Em Vitória da Conquista, o cenário não é diferente. Diariamente blogs e outros veículos de comunicação locais e regionais noticiam os assassinatos de mulheres, geralmente pelas mãos de ex-esposos, companheiros ou namorados. Em janeiro deste ano, o município recebeu a 2ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Ao mesmo tempo em que a instalação da unidade representa a ampliação da rede de proteção às mulheres, essa implementação acontece devido aos altos índices de crimes contra a população feminina na cidade.
Há três anos, o feminicídio da jovem Sashira Camilly gerou grande comoção e revolta no terceiro maior município da Bahia. Naquele 2021, cerca de 1.200 mulheres haviam sido vítimas de violência, entre os meses de janeiro e agosto, segundo dados da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).
De lá para cá, infelizmente, muitas outras vidas foram ceifadas como consequência de uma sociedade machista, misógina e patriarcal que transforma os corpos femininos em objetos descartáveis. E para combater essa cruel realidade, é necessário que a luta contra a violência de gênero seja não apenas das mulheres, mas também e, principalmente, dos homens. Além disso, às vésperas das eleições 2024, vale prestar atenção em como se posicionam os candidatos e candidatas quando o assunto é a emancipação das mulheres.
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