Covid-19: mais de 14 mil moradores de Vitória da Conquista estão com a 2ª dose da vacina em atraso
Por Afonso Ribas - 23 de setembro de 2021
Conclusão do esquema vacinal é fundamental para garantir melhor resposta da imunização contra o novo coronavírus; Em toda a Bahia, mais de 626 mil pessoas não procuraram os postos de vacinação para receber a 2ª aplicação

A Coordenação de Imunização da Secretaria de Saúde de Vitória da Conquista divulgou, no fim da tarde da última quarta-feira, 22, um dado alarmante sobre a vacinação contra a covid-19 no município. Segundo estimativa do órgão, 14.107 moradores da cidade estão em atraso com a 2ª dose da vacina, cuja aplicação é fundamental para garantir a proteção contra o novo coronavírus.
O quantitativo equivale a 5,62% das mais de 254 mil pessoas que receberam a 1ª dose em Conquista. Em toda a Bahia, o número de habitantes que não compareceram aos postos de vacinação para completar o esquema vacinal chegou a 626.786 nesta semana, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). No início de agosto, eram cerca de 400 mil, o que representa um aumento de 56% em menos de dois meses. O problema, nesse caso, não é a falta de doses.
Mesmo disponíveis, 220 mil doses da Coronavac, 323 mil da fabricante AstraZeneca e 82 mil da Pfizer continuam aguardando que os baianos se dirijam aos locais de vacinação para serem aplicadas. Solicitamos à Secretaria Municipal de Comunicação os dados referentes a Conquista, especificados por tipo de vacina, mas não fomos respondidos até o fechamento desta matéria.
É o Programa Nacional de Imunização (PNI) que define o intervalo entre a 1ª e a 2ª dose para cada tipo de imunizante. Quem tomou a Coronavac deve retornar a um dos locais de vacinação após 28 dias. Em relação às vacinas AstraZeneca e Pfizer, o intervalo recomendado é de 84 dias, ou seja, 12 semanas. Vale destacar que a 2ª dose pode, inclusive, ser aplicada em municípios diferentes daqueles onde a pessoa recebeu a primeira aplicação, de acordo com a Sesab.
“Se a pessoa se mudou, está em tratamento ou trabalhando em outra cidade, ela não vai precisar retornar ao município onde tomou a primeira dose para receber a segunda. Embora o ideal seja que cada pessoa receba a segunda dose no mesmo município onde foi ministrada a primeira, havendo uma justificativa, a segunda dose pode e deve ser feita em qualquer um dos municípios. A gente reforçou isso com as prefeituras”, explicou a coordenadora de imunização da Sesab, Vanden Broucke.
Ela ressaltou ainda a importância de os municípios manterem atualizados os dados do Sistema de Informação do PNI, informando quantas doses foram aplicadas da forma mais rápida possível, o que a Prefeitura de Conquista não vinha fazendo. “Muitas vezes, as pessoas já foram imunizadas com a segunda dose, mas no sistema a gente ainda não identifica essa aplicação. Então a gente acaba contabilizando como atraso doses que já foram aplicadas”, concluiu.
Algo que pode diminuir a quantidade de pessoas com a 2ª dose em atraso é a exigência do chamado passaporte da vacina em locais públicos e eventos. No Rio de Janeiro (RJ), após a Prefeitura da capital anunciar, no dia 27 de agosto, que iria exigir a comprovação vacinal contra a covid-19 para acessar cinemas, clubes, academias, entre outros espaços, a procura pela 2ª aplicação nos postos de saúde aumentou e levou a uma redução de 40% no contingente em atraso, segundo matéria da Agência Brasil.
Na Bahia, o governador Rui Costa já afirmou que também pretende exigir o comprovante de vacinação no estado. Em uma publicação no Twitter, ele disse que a medida só não foi tomada ainda porque “quem tem menos de 40 anos não tomou a segunda dose”. Além disso, o estado não alcançou a marca de 50% da população totalmente imunizada.
Foto de capa: Portal do Governo da Bahia
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