Com 30 anos de história, projeto incentiva a democratização da leitura em Vitória Conquista
Por Victória Lôbo - 18 de abril de 2022
Implantado na cidade pela professora Heleusa Figueira Câmara, o Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) tem sede no Centro de Cultura Camillo de Jesus, e conta com vasto acervo bibliográfico e ações consagradas como o Encontro de Leitura.
De biblioteca à alfabetização digital, as ações do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) mudam a vida de cidadãos conquistenses há 30 anos. Trazer o projeto para Vitória da Conquista foi uma ideia da professora Heleusa Câmara, que implantou o Comitê local com o apoio da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em 10 de janeiro de 1992.
O Proler tem como missão promover a valorização da leitura e contribuir com o aumento do número de leitores no Brasil. Educadores sociais, animadores culturais, professores, bibliotecários, estudantes, agentes sociais, agentes de saúde, monitores de creches, alunos de cursos de Educação de Jovens e Adultos – EJA e pessoas da terceira idade são alguns dos grupos que compõem o público-alvo do projeto.
Entre os 62 comitês do Proler espalhados pelo Brasil, o de Vitória da Conquista, que fica sediado na Sala Íris Silveira, no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, foi pioneiro e conta com 14 subprojetos que têm como intuito incentivar e democratizar o acesso à leitura no município. Além de ser um projeto de extensão do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas (DCSA), ele tem parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Smed).
De acordo com Paula Ferreira, coordenadora municipal do programa, os Encontros de Leitura, que ocorrem anualmente na zona rural, são atualmente o carro-chefe do Proler. A ação inclui palestras, minicursos, exposições, painéis, oficinas, apresentações culturais, lançamento de livros e exibição de filmes. A Biblioteca Clube da Amizade é outro subprojeto, que conta com um acervo de livros clássicos, recebidos através de doações.
A partir de 2020, durante a pandemia da covid-19, o programa se adaptou aos meios digitais e foi pelo Instagram que a colaboradora e estudante de Cinema e Audiovisual, Rayssa Dandara, o conheceu. “O projeto se estende para além dessa sala que a gente tem aqui no Centro de Cultura. São projetos de ações afirmativas que, para mim, são muito relevantes”, diz. Ela ainda conta que o Proler realiza um importante trabalho de resgate da memória local. “Existem muitos livros antigos e que continuam atuais, tem muito material jornalístico”, explica.
Luna Fortunato também colabora com o programa e é estudante de História. Devido à pandemia da covid-19, este é o seu primeiro semestre presencial e, por isso, queria se envolver mais com projetos de extensão. Aluna de instituições públicas de ensino, ela vê o Proler como uma forma de ajudar outras pessoas a adentrarem esses espaços. A graduanda ainda explicou que ficou fascinada com a ideia de unir a leitura com a alfabetização digital, já que a informática é uma das suas paixões.
“Aqui é um trabalho onde a gente recebe pessoas para leitura, para pesquisa, para aula de alfabetização digital. São pessoas que vêm conhecer o museu literário, pessoas que vêm conhecer nossa biblioteca, também demonstrativa, mas que tem um acervo fantástico”, complementa Paula Ferreira.
Este ano, em razão dos 30 anos de existência do Proler em Vitória da Conquista, estão previstas uma série de atividades e eventos em comemoração ao seu aniversário. A programação completa será divulgada em breve no perfil oficial do programa no Instagram.
A sede do comitê local é aberta à visitação de segunda à sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h30. A equipe do programa inclui também Edgard Larry, coordenador geral, Gal Novato, coordenadora de história e memória afro-brasileira, e Antônio Andrade, coordenador de literatura popular.
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