Após denunciar perseguição na Prefeitura, servidor pede apoio do Legislativo conquistense

Por - 24 de fevereiro de 2023

Na tribuna livre, Afonso Silvestre questionou a impunidade daqueles que o perseguem desde 2017.

Nesta sexta-feira, 24, Afonso Silvestre, servidor efetivo da Prefeitura de Vitória da Conquista desde 2003, ocupou a tribuna livre da Câmara de Vereadores para denunciar, mais uma vez, a perseguição que vem sofrendo do governo municipal desde 2017. “De onde vem a certeza da impunidade? Minhas defesas são provas documentais e estou me defendendo contra acusações verbais falsas, ou melhor dizendo, mentiras descaradas”, disse durante a sessão ordinária na Casa do Povo.

“Trata-se de uma denúncia e um pedido de socorro”. Foi assim que o servidor definiu seu pronunciamento na Câmara Municipal. Durante o discurso, ele reafirmou que foi vítima de cortes de salário, retirada de benefícios trabalhistas e fraudes em folhas de presença. Além disso, utilizou o espaço para solicitar o apoio dos vereadores e vereadoras.

“Necessito, como cidadão e servidor, como ser humano e como pai, de algum movimento deste Poder Legislativo para que, em nome da justiça, cesse esta perseguição, para que as pessoas que cometeram crimes ou improbidades sejam identificadas, julgadas e punidas”, afirmou Silvestre.

Na tribuna, Afonso também ressaltou a contradição da Prefeitura que, ao mesmo tempo em que o persegue, usufrui de sua contribuição para o município. “Enquanto age de forma covarde, infantil e irresponsável, o governo também me confia grandes responsabilidade e se utiliza do meu trabalho”, denunciou. Atualmente, ele integra a Coordenação de Promoção da Igualdade, realizando a certificação de quilombos urbanos.

PAD e apoio de vereadores

Em 2021, um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi instaurado contra o servidor. Para ele, esse é mais um aspecto da perseguição política que vem sofrendo. De acordo com a equipe jurídica que o acompanha, o processo é contraditório, uma vez que acusa Silvestre de ter recebido vencimentos sem trabalhar, de janeiro de 2013 a dezembro de 2016, ao mesmo tempo em que alega que o funcionário público tratava “de maneira vexatória seus subordinados”.

Durante sua fala na tribuna livre desta sexta-feira, 24, Afonso também relatou que um pedido de arquivamento do processo foi aceito pelo gabinete da prefeita Sheila Lemos, em março de 2022, mas a ação não seguiu. “Me solicitaram que protocolasse a proposta para o encerramento do PAD ex-officio. Foi o que eu fiz. Mas o documento não foi encaminhado ao PAD, ou pelo menos não chegou lá”, contou.

Ao encerrar seu pronunciamento na Câmara, Silvestre pediu ajuda aos parlamentares conquistenses para que possa retomar sua vida e seus projetos. De acordo com ele, após a sessão na Casa do Povo, percebeu os vereadores receptivos, inclusive aqueles que integram a bancada de situação.

Dentre os edis que lhe demonstraram apoio, destacou Chico Estrela (PTC), a quem o servidor agradeceu durante o discurso. A vereadora Viviane Sampaio (PT) também se sensibilizou com o caso, se solidarizando através de uma postagem em seu perfil no Instagram.

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O Conquista Repórter solicitou posicionamento da Prefeitura de Vitória da Conquista, via e-mail, quanto à manifestação do servidor Afonso Silvestre, mas até o fechamento desta matéria, não foram obtidas respostas da Secretaria Municipal de Comunicação.

Foto de capa: Ascom/CMVC.

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