Adote Animais VDC: grupo busca conscientizar a população sobre a adoção responsável

Por - 11 de julho de 2023

O projeto surgiu em 2016, idealizado por Flávia Novaes. Com quase 30 animais sob sua responsabilidade, a iniciativa busca recursos financeiros e voluntários para continuar ativa.

Nas ruas de Vitória da Conquista, onde os olhares de cães e gatos abandonados refletem a dura realidade da falta de políticas públicas eficientes para a causa animal, um grupo de pessoas decidiu fazer a diferença dentro e fora do mundo virtual. O projeto “Adote Animais VDC” surgiu em 2016, quando Flávia Novaes abriu as portas do seu lar para oferecer abrigo temporário a felinos desamparados.

Desde então, a iniciativa tomou proporções inimagináveis. Flávia se envolveu cada vez mais com o trabalho voluntário em abrigos e começou a ajudar outros protetores independentes, como são chamados aqueles e aquelas que resgatam animais abandonados. Em 2019, ela levou o projeto para o meio online, através da criação da página no Instagram, onde encontrou uma plataforma para divulgar os resgastes e, principalmente, buscar lares temporários e pessoas interessadas na adoção responsável.

Ao longo dessa trajetória, que já dura mais de seis anos, Flávia encontrou desafios e histórias que jamais serão esquecidas. Um encontro marcante aconteceu com Mel, uma gatinha que chegou ao grupo muito frágil no dia 24 de março de 2021. Ela estava debilitada, com rinotraqueite (doença que afeta o trato respiratório dos gatos), um abscesso na mandíbula causado por uma mordida de outro animal, além de problemas como gengivite e estomatite. Por ter uma doença autoimune, a felina era rejeitada por possíveis adotantes. A protetora, então, decidiu acolhê-la permanentemente.

https://www.instagram.com/p/CmFbP9rOAaZ/?igshid=MzRlODBiNWFlZA==

Mas o trabalho do “Adote Animais VDC” vai além de resgates. O grupo busca conscientizar a população sobre a importância da adoção responsável, que envolve cuidados e comprometimento com o animal de estimação. Ainda assim, infelizmente, há muitos casos de devolução. A própria Flávia presenciou um episódio em que duas gatas foram devolvidas após meses de adoção, quando a adotante engravidou e recebeu orientação médica para se afastar dos felinos. Segundo a protetora, as gatinhas agora sofrem de depressão e estão em tratamento.

Além da busca por lares para os animais resgatados, a castração é um dos principais desafios do grupo. De acordo com Flávia, sem o apoio adequado do governo municipal, eles são obrigados a recorrer a clínicas veterinárias particulares e contar com as doações que recebem para custear os tratamentos e medicamentos. “A gente sente como se estivesse sempre enxugando gelo”, disse.

Desafios e doações

Para a idealizadora do “Adote Animais VDC”, em Vitória da Conquista, a necessidade de resgates e cuidados com os animais de rua não está sendo suprida. A única colaboração que o grupo recebeu da gestão municipal foi a castração de dois gatos, que só foi possível através de contatos internos e de muito esforço. Flávia conta ainda que, embora a Prefeitura tenha inaugurado um hospital veterinário, o Centro de Apoio à Saúde Animal (Casa), a eficácia e alcance desse equipamento são questionáveis.

Localizado em apenas uma região da cidade, na zona oeste, e com recursos limitados, o Casa não oferece exames ou tratamentos para casos graves, levando o grupo de Flávia a buscar ajuda com clínicas parceiras. No mês de maio, a Prefeitura divulgou que mais de 400 atendimentos já haviam sido realizados no Centro desde a inauguração. Na publicação do Executivo no Instagram, alguns munícipes questionaram a falta de equipamentos para exames, conforme relatado por Flávia.

Diante de todas as dificuldades enfrentadas, a organização segue firme, mas não sem desafios. Atualmente, o grupo acumula dívidas de quase 3 mil reais em uma clínica veterinária, referente aos cuidados com animais resgatados entre dezembro de 2022 e março de 2023. Com quase 30 animais sob sua responsabilidade, entre gatos e cachorros, os protetores buscam incansavelmente recursos financeiros e voluntários para continuar salvando vidas.

Aqueles que desejam contribuir com o projeto podem doar ração, remédios e cobertores. Os donativos podem ser entregues em dois pontos de coleta: na Agropet, localizada na Avenida Presidente Vargas, 156 – Alto Maron, ou na Pet Clínica, situada na Avenida Rosa Cruz, 808 – Candeias. Também é possível doar qualquer quantia em dinheiro, através de depósito (Caixa Econômica Federal – Agência: 4160, Operação: 023, Conta Poupança: 00016630-9, Beneficiário: Flávia Ribeiro Novaes). Além disso, os valores podem ser enviados através do PIX (chave 77988466209), ou via PicPay, direcionados para @flavia.ribeiro.novaes.

Supervisão e edição da matéria: Victória Lôbo.

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