Pessoas em situação de rua afirmam que estão sendo perseguidas pela Guarda Municipal de Vitória da Conquista

Por - 15 de setembro de 2021

Denúncias de agressões e abordagens truculentas contra quem sobrevive nas ruas da cidade foram feitas durante audiência pública promovida pela Câmara Municipal nessa terça-feira, 14

Era fim de tarde da última terça-feira, 14, quando nossa reportagem partiu em direção ao Centro de Vitória da Conquista em busca de histórias que mostrassem a realidade de quem vive nas ruas da cidade por não ter condições dignas de moradia e renda. A nossa caminhada, que durou cerca de uma hora e meia, começou no estacionamento da Praça Barão do Rio Branco, próximo ao Banco do Brasil.

Passamos por locais onde era comum notar a presença de pessoas em situação de rua. Da Praça Barão do Rio Branco, fomos para a 9 de novembro. Depois, seguimos para a Rua do Triunfo, onde fica o Teatro Carlos Jehovah. Então, viramos a esquina da Travessa Santa Rita rumo ao viaduto popularmente conhecido como “Bigode do Pedral”, na Avenida Régis Pacheco. Dali, andamos até o trecho inicial da Rua da Misericórdia.

Em vez de seguir até o fim dessa via, cortamos o caminho para chegar à Ceasa (Central de Abastecimento Edmundo Flores) por meio de um beco localizado ao lado de um supermercado. Fizemos uma volta completa ao redor da principal feira do município e, posteriormente, seguimos no sentido da Praça Vitor Britto. De lá, subimos a Rua 2 de julho tendo como destino final a Câmara Municipal de Vereadores, onde às 19 horas, teria início uma audiência pública sobre a criação de políticas públicas para a população em situação de rua.

Durante todo o nosso percurso pelo Centro da cidade, mantivemos olhares atentos a tudo e a todos, mas não encontramos ninguém para entrevistar, conforme havíamos planejado. E a razão para a ausência de pessoas em situação de rua nos locais pelos quais passamos, segundo Taynara Coelho Souza, 18 anos, Raí de Novais Santos, 20 e Luan Carvalho dos Santos, 22, pode ser resumida em duas palavras: perseguição e racismo.

Presentes na audiência convocada pelos vereadores Alexandre Xandó (PT) e Viviane Sampaio (PT), membros da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Defesa da Mulher, Taynara, Raí e Luan, entre outras pessoas que vivem nas ruas de Conquista, utilizaram a tribuna da Casa do Povo para denunciar que têm sido vítimas de agressões e abordagens truculentas por parte da Guarda Municipal.

O Conquista Repórter ouviu seus relatos e acompanhou o evento, que também contou com a presença de representantes da Prefeitura, do Conselho Municipal de Assistência Social e de movimentos sociais. Confira a cobertura completa na videorreportagem abaixo:

A assessoria de comunicação da Câmara Municipal de Vereadores também documentou a audiência em uma matéria publicada ainda na noite de terça-feira, 14. O texto pode ser acessado na íntegra aqui. Nesta quinta-feira, 16, nossa equipe realizará uma entrevista com o comandante da Guarda, Capitão Lemos, para uma reportagem em profundidade sobre a atuação do órgão no município. Na ocasião, as denúncias feitas pelas fontes ouvidas nesta matéria serão pautadas.

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