Conselho Municipal de Saúde recomenda ações para controle da dengue em Conquista

Com a publicação do decreto 23.098, em 20 de fevereiro, a Prefeitura de Vitória da Conquista declarou Situação de Emergência em Saúde Pública no município em razão do aumento de casos de arboviroses, especialmente da dengue, transmitida pelo mosquito aedes aegypti. A capital do sudoeste baiano é uma das 64 cidades do estado em que a situação da doença é classificada como uma epidemia.

O número de casos confirmados subiu de 142 para 564 em menos de um mês, segundo boletins epidemiológicos publicados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), nos dias 3 e 26 de fevereiro de 2024. Um óbito causado pela doença foi confirmado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Diante desse cenário, o Conselho Municipal de Saúde (CMS), por meio da Resolução 001/2024, recomendou à gestão Sheila Lemos (UB) a implementação, em caráter de urgência, de ações complementares para controlar a transmissão das arboviroses e garantir assistência médica às pessoas com sintomas de dengue, zika e chikungunya. Entre as medidas solicitadas pelo órgão, estão a ampliação do número de agentes de combate às endemias, a realização de seis ciclos de visitas domiciliares para monitoramento de possíveis focos do aedes aegypti, e o fornecimento de insumos e medicamentos necessários ao funcionamento das Unidades de Saúde da Atenção Primária.

O documento, datado de 22 de fevereiro, destaca ainda que há um déficit no quadro de agentes de combate às endemias no município, que atualmente conta com 61 trabalhadores em campo, sendo que muitos exercem as atividades com carga horária reduzida. De acordo com a resolução do CMS, a cidade necessita de cerca de 248 agentes, considerando o porte populacional e o número de imóveis.

Além disso, o relatório aponta que, durante o ano de 2023, a cobertura das ações de prevenção das arboviroses foi deficitária, “com a realização de apenas 02 ciclos de visitas domiciliares quando o preconizado pelo Ministério da Saúde como ideal é de 06 visitas por ano, (sendo uma a cada 02 meses, tempo de ação do larvicida nos domicílios), devendo atingir, para o efetivo controle vetorial da dengue, o mínimo de 80% de cobertura de imóveis visitados”. (Leia a resolução na íntegra aqui)

Medidas da gestão municipal

Após decretar situação de emergência no município, a Prefeitura anunciou algumas ações para tentar controlar a transmissão da dengue na cidade. Para assistir pacientes com suspeita da doença, 4 postos passaram a funcionar no modelo sentinela, oferecendo atendimento prioritário para pessoas com sintomas de dengue ou de síndrome respiratória, das 14h às 22h. Os locais são as unidades de saúde da família Solange Hortélio (Urbis II), Morada dos Pássaros, João Melo Filho (Ibirapuera) e Nova Cidade.

Outras medidas divulgadas pelo governo municipal são os mutirões de limpeza e a realização de trabalho educativo junto à população. Nesta sexta-feira, 1º, os agentes de endemias e os agentes comunitários estiveram no bairro Patagônia. Já neste sábado, 2, será a vez do povoado de Lagoa de José Luís, no distrito de Iguá, receber os trabalhadores em suas casa. O município também recebeu dez carros fumacê, que foram solicitados à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), mas é importante lembrar que o inseticida apenas elimina o mosquito aedes aegypti na fase adulta.

Foto de capa: Secom/PMVC.