PCB anuncia pré-candidatura de Sofia Manzano, professora da UESB, à presidência da República

Liderança feminina e de esquerda, Sofia Manzano é a pré-candidata do Partido Comunista Brasileiro (PCB) escolhida para disputar as eleições presidenciais de 2022, conforme foi confirmado pelo Comitê Central do partido neste domingo, 13. Professora no curso de Economia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), campus de Vitória da Conquista, ela já havia concorrido a um cargo nacional em 2014, como candidata a vice-presidente na chapa com Mauro Iasi (PCB).

De acordo com nota emitida pela assessoria de comunicação do partido, a pré-candidatura da economista “representa uma alternativa de esquerda para a crise brasileira e se propõe a qualificar o debate sobre uma saída popular para os graves problemas que afligem os(as) trabalhadores(as), a juventude e a população em geral.”

Graduada em Ciências Econômicas, Sofia Manzano é doutora em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP) e tem uma longa trajetória na militância sindical, na União da Juventude Comunista (UJC) e, também, no Comitê do PCB. Além de ter participado da construção do partido, foi vice-presidente da Associação dos Docentes da UESB (Adusb), que é uma seção sindical do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES).

Em seu perfil no Twitter, a professora se denomina “economista marxista”. Ela escreve textos para o site Contrapoder, canal que se apresenta com o objetivo de “construir um polo de aglutinação do debate sobre os problemas dos trabalhadores e suas possíveis soluções que, respeitando a diversidade da esquerda socialista, se transforme num espaço democrático e plural de discussão política e programática das forças políticas e sociais que buscam uma saída construtiva à barbárie capitalista”.

Uma das publicações de Manzano no Contrapoder, intitulada ‘A pobreza num país de ricos’, aborda em quais lugares e em quais grupos está concentrada a pobreza no Brasil. Além de correlacionar com a cor da pele, Manzano afirma que “a pobreza não está apenas na distribuição da renda entre a população total do país, ela também se concentra, geograficamente, no Norte e no Nordeste”.

Sofia Manzano se coloca para concorrer ao cargo que atualmente é ocupado por Jair Bolsonaro, alguém que representa o extremo oposto dos seus ideais. De acordo com a economista, “o [atual] governo é o operador político da tragédia que o Brasil está vivendo, mas a burguesia brasileira é a principal responsável por essa crise, porque foi articuladora do golpe de 2016, apoiou a eleição de Bolsonaro e está unida na destruição dos marcos civilizatórios do país”.

Para a professora, neste ano, a população precisa de um(a) candidato(a) que apresente um programa de governo proposto a enfrentar problemas estruturais que afligem o país. Além de lutar contra a pobreza, o teto de gastos, fome, entre outras questões que assolam as vidas dos brasileiros, o partido enxerga a candidatura como uma forma de “aglutinar os lutadores e lutadoras que já se cansaram dessa conjuntura dramática e organizar nosso povo para as transformações sociais”.

Assim como outras candidatas mulheres que se propõem a disputar cargos políticos, Sofia Manzano deve enfrentar ataques instigados pela misoginia e machismo, além de construídos a partir da desinformação e compartilhamento de informações falsas, durante as eleições de 2022.

Segundo reportagem da Revista AzMina, na disputa eleitoral de 2020, em que concorreram candidatos(as) à prefeituras e câmaras de vereadores, entre 93.335 tuítes coletados, através do monitoramento de 123 candidatas mulheres, 11% tinham termos ofensivos. De um total de 3,1 mil tuítes, 40% continham xingamentos direcionados à candidatas.

Além da pré-candidatura do PCB, outros nomes já foram divulgados como possibilidades para a disputa eleitoral de 2022. Confira a lista do site Poder360, noticiada em dezembro de 2021.

Foto de capa: Reprodução/ Sofia Manzano.