Filme conquistense “As Cores da Sagrada Família” aborda branqueamento de santos cristãos

Como a cor da pele dos santos cristãos foi se tornando branca – em obras artísticas e na consciência coletiva – ao longo do tempo? O historiador conquistense Afonso Silvestre busca responder essa pergunta em seu primeiro webfilme, intitulado “As Cores da Sagrada Família”. A produção foi lançada no dia 14 de julho e apresentada numa sessão pública pela primeira vez durante a 7ª edição da Feira Literária de Mucugê (Fligê).

O enredo do “documentário de historiador”, como Silvestre classifica o filme, se desdobra por meio da iconografia e retratação de obras pintadas a partir do século VI, além de análises sobre pinturas dos períodos medieval, renascentista, barroco e pré-rafaelita, trazendo à tona o processo de branqueamento da pele dos membros da Sagrada Família a partir da Renascença.

“A intenção é levar para as pessoas perseguidas e demonizadas um pouco de autoestima por meio de uma pesquisa histórica. Essa pesquisa mostra o mascaramento acerca da cor da pele da Sagrada Família e uma construção que, ao longo de séculos, faz com que pessoas não se sintam nem mesmo sujeitos de direitos”, destaca o idealizador do filme.

Onde assistir ao filme

Durante todo o mês de agosto, serão realizadas exibições em comunidades periféricas e rurais de Vitória da Conquista, com ênfase nas comunidades remanescentes de quilombos, com presença do diretor em rodas de conversa com o público. Além disso, o webfilme está disponível gratuitamente no YouTube.

O calendário de exibições estará disponível no perfil do Instagram @ascoresdarte. Dirigida, roteirizada e montada por Afonso Silvestre, a produção tem trilha sonora do músico João Omar de Carvalho Mello e edição de George Varanese Neri. O projeto recebeu apoio financeiro através da Lei Paulo Gustavo Bahia.