Editorial | As movimentações de Sheila Lemos e adversários nas redes sociais às vésperas da eleição
Por Da Redação - 8 de julho de 2024
Com a execução de várias obras de programas como o Acelera Conquista, o governo municipal deixa clara a vantagem da atual prefeita em ter a máquina pública em suas mãos.

Na última semana em que a gestão Sheila Lemos pôde utilizar os canais e redes sociais oficiais da Prefeitura de Vitória da Conquista a favor do seu mandato, a Secretaria de Comunicação do atual governo municipal deixou clara a vantagem da pré-candidata em ter a máquina pública em suas mãos nas vésperas de mais um processo eleitoral. Com a execução de várias obras de programas como o Saúde Renovada e, principalmente, o Acelera Conquista, viabilizado mediante a aquisição de uma dívida milionária para o Poder Executivo, a pasta garantiu à prefeita, sobretudo nos últimos meses do primeiro semestre deste ano, um volume significativo de publicações que, convenhamos, beiram à propaganda política eleitoral.
Não que essa não seja uma prática comum de qualquer candidato à reeleição até o momento em que a legislação veda a publicidade institucional, três meses antes do pleito. Em 2024, a suspensão de redes sociais de prefeituras começou neste sábado, 6, e vai até o dia 6 de outubro, podendo ser estendida até o dia 27 do mesmo mês, caso haja segundo turno. E ao longo do seu primeiro mandato, a equipe de Lemos foi esperta o bastante para capitanear boa parte dos mais de 160 mil seguidores do perfil oficial da Prefeitura no Instagram, por exemplo, para o perfil pessoal da gestora, que já caminha para a marca de 100 mil usuários.
Seus principais concorrentes, Waldenor Pereira, pré-candidato à eleição pelo PT, e Lúcia Rocha, pré-candidata do MDB, possuem cerca de 17 mil e 23 mil seguidores, respectivamente. Numa conjuntura em que o ambiente digital se sobressai como o principal espaço de debate público e de circulação de informações (ou desinformações), seria ingenuidade acreditar que tal diferença numérica de público nas redes da prefeita e de seus opositores não representa um grande trunfo para a sua pré-candidatura.
São dezenas ou até centenas de milhares de contas recebendo, diariamente, conteúdos publicitários que endossam o marketing político de sua pré-campanha. Só nesta última semana, teve a entrega da primeira etapa de revitalização da Avenida Brumado, na zona oeste da cidade; inauguração da chamada Catedral das Flores; entrega de equipamentos esportivos na Lagoa das Bateias; nova sede do CRAS Pedrinhas; revitalização do Mirante do Cristo; implementação de internet Wi-Fi em 50% da frota do transporte coletivo; além de outros diversos anúncios de obras que ainda serão executadas, mediante a assinatura de ordens de serviço, etc.
Não à toa, o deputado federal Waldenor Pereira decidiu ampliar a destinação de emendas parlamentares exclusivas para o município de Vitória da Conquista. Na quinta-feira, 5, ele anunciou recursos na ordem de R$1,5 milhão para insumos, além de uma ambulância à Santa Casa de Vitória da Conquista, responsável pelo Hospital São Vicente de Paulo. Já nesta sexta, 5, foram anunciados mais R$12 milhões para a realização de 17 obras de infraestrutura na zona urbana e em distritos rurais. Claramente, um dos grandes desafios de sua pré-campanha é tentar contornar uma imagem comumente atribuída a ele de parlamentar que pouco investe na cidade onde irá concorrer ao cargo de prefeito.
Outro desafio, este compartilhado pela também pré-candidata Lúcia Rocha, é não deixar que a gestão atual perpetue um cenário enganoso que eleva às mil maravilhas o governo Sheila Lemos diante de feitos que são sim significativos para a população local, como a revitalização da Lagoa das Bateias e da Avenida Brumado, mas que nem de longe representam um balanço positivo de todo um período de mandato marcado pelo descaso com a saúde pública municipal; por contratos emergenciais bilionários com empresas responsáveis por um transporte público de péssima qualidade; pelo fechamento de escolas; pela desvalorização dos servidores públicos, sobretudo professores; pela instituição de taxas abusivas para moradores por serviços básicos como lixo e saneamento básico; entre outros problemas que a própria sociedade local não irá esquecer, muito menos se deixar enganar.
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