É FALSA a informação de que criança foi responsável pelo incêndio no Atacadão de Conquista

Por - 11 de abril de 2022

Vídeo que circula no WhatsApp e no TikTok é acompanhado de mensagem que culpa uma menina pelo incêndio, mas as imagens são de 2018 e não correspondem ao incidente ocorrido na última sexta, 8, no supermercado local.

Circula em grupos de WhatsApp e na plataforma TikTok um vídeo com a seguinte frase: “A origem do fogo no Atacadão”, que atribui a uma menina a responsabilidade sobre o incêndio ocorrido na última sexta-feira, 8, no Atacadão de Vitória da Conquista, localizado no bairro Conveima 2.

Nas imagens, ela risca um fósforo e ateia fogo em produtos inflamáveis de uma das prateleiras de um estabelecimento. Em seguida, o fogo se espalha, e aparecem algumas pessoas que tentam conter as chamas. Seguidores do Avoador duvidaram do conteúdo e pediram uma checagem do Xereta. Confira a seguir o trabalho de verificação da editoria:

A informação é FALSA. O primeiro passo para a realização da checagem foi a busca do conteúdo por meio de uma captura de tela inserida na ferramenta Google Lens, que reconhece imagens presentes na plataforma por meio de uma busca reversa.

Foi identificado que o vídeo se refere a um episódio de 2018, ocorrido em uma das lojas da rede atacadista Assaí, localizada em Niterói, no Rio de Janeiro, em que uma criança brinca na seção de fósforo enquanto a mãe faz compras. 

A pesquisa inicial no Google direciona a um link que leva ao material original que, ao ser acessado, leva a outros sete resultados referentes ao mesmo acontecimento que desmentem a veracidade da informação. Em um dos vídeos, é possível identificar a data do registro, 16 de outubro de 2018, no canto direito superior.  

Também foi observado que esse material não se trata de uma gravação original, mas da gravação da câmera de segurança da Rede de Supermercados Assaí, em Niterói, que foi refilmado a partir de uma câmera de celular. 

A origem pode ser identificada pelo ângulo horizontal em que o monitor do computador de segurança é gravado, pelo som ambiente do registro e pela qualidade da imagem, que treme, características comuns de imagens produzidas por um telefone. 

A verificação identificou também que o vídeo em questão já foi compartilhado de forma deturpada em outros incidentes relacionados a incêndios, a exemplo do ocorrido no Atacadão da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Nesse caso,  o fogo foi controlado rapidamente, sem muitos prejuízos para a empresa, diferente do que aconteceu no incêndio do Atacadão de Conquista.

Além disso, desde o início dos trabalhos do  7° Grupamento de Bombeiros Militar de Vitória da Conquista, no dia 8 de abril, a Assessoria de Comunicação da Corporação tem informado e reiterado várias vezes que “a causa do incêndio [no Atacadão local] ainda é desconhecida”. 

Em geral, o serviço de investigação e perícia de incêndio dos bombeiros tem o prazo de 30 dias corridos, prorrogáveis por mais 30 dias, para a entrega do laudo pericial sobre os elementos que geraram o incidente.

Portanto, a informação checada recebe o selo de FALSA, já que não há nenhuma relação entre o vídeo da menina com o incêndio do supermercado Atacadão de Conquista. E até o momento, não se sabe o que provocou o fogo que destruiu o estabelecimento.

*Matéria publicada, originalmente, no Site Avoador.

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