Vídeo | Escultor enaltece resistência indígena do Sudoeste baiano através das artes plásticas

Por - 11 de setembro de 2024

Nascido na comunidade de Ribeirão dos Paneleiros, em Vitória da Conquista, Vando Oliveira constrói esculturas em argila. Suas obras buscam exaltar a memória de seus antepassados e sua conexão com a natureza.

Karina Costa

As obras de Vando Oliveira, nascido na comunidade de Ribeirão dos Paneleiros, em Vitória da Conquista, são resultado da busca do artista por suas raízes ancestrais. Com as mãos, ele constrói esculturas em argila que contam histórias dos povos tradicionais da região, especialmente das comunidades indígenas. “Quando o meu trabalho chega nos espaços, chegam também aldeias, quilombolas, pessoas da periferia”, explica. 

Desde criança sente uma conexão com a arte. No ensino fundamental, durante uma gincana na escola, pediu para a professora que lhe desse a oportunidade de fazer uma peça em argila. A escultura representava o filósofo grego Sócrates. “Fiz um busto e logo me destaquei. Mas eu ainda não estava enraizado com a minha ancestralidade, estava me descobrindo”, conta o artista plástico, que é descendente dos indígenas Mongoyós.

Foi na juventude, após migrar para a zona urbana do município, que Vando iniciou uma trajetória de autodescoberta. O artista compreendeu que os seus antepassados, que viviam principalmente da agricultura, foram obrigados a se tornar “civilizados” em meio ao processo de colonização. “A retaliação histórica colocou na cabeça do meu pai que ele não era civilizado. Fiquei mexido com isso e comecei a me perguntar: quem sou eu? Nesse momento pedi licença à natureza para me conectar a ela”, destaca.

Confira mais detalhes dessa história na videorreportagem da série Histórias à Margem.

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.

Direção e roteiro: Victória Lôbo

Produção executiva e pesquisa: Karina Costa

Assistência de produção/Assistência de edição: Afonso Ribas

Cinegrafista e edição: Anderson Rosa

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