Livro destaca trajetórias de mulheres negras do sertão da Bahia
Por Karina Costa - 26 de novembro de 2024
Intitulada “A Revolta das Costureiras”, obra será lançada na próxima sexta-feira, 29, no Museu Pedagógico da Uesb. O nome faz referência a uma rebelião ocorrida em Maracás, no ano de 1877.
Na próxima sexta-feira, 29, às 18h30, no Centro de Documentação Albertina Vasconcelos – Museu Pedagógico da Uesb (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), campus de Vitória da Conquista, será lançado o livro “A Revolta das Costureiras”. A obra de Washington Nascimento busca evidenciar as resistências de mulheres negras do interior da Bahia em um contexto marcado pela violência racial e de gênero. O nome faz referência a uma rebelião ocorrida nas ruas de Maracás, no sertão baiano, no ano de 1877, mas os capítulos vão além desse fato.
“Esse livro reúne uma série de pesquisas realizadas ao longo dos anos, mas também traz histórias e documentos novos. Ao longo dos capítulos, nós revemos diversas questões relacionadas a presença negra e indígena dentro de fazendas da região”, explica Washington Nascimento, professor de História da África no Rio de Janeiro e especialista em Memória, História e Historiografia pela Uesb.
Além de tratar de eventos históricos ocorridos em Maracás, a obra aborda as vidas e lutas de grupos instalados nos arredores de Vitória da Conquista, Ituaçu, Jequié e Poções. Um dos capítulos, por exemplo, destaca a ocupação africana no sudoeste baiano. “Divergindo da historiografia construída até então sobre a origem de tais africanos, que são colocados sempre como de origem banto, pretendo mostrar que a presença iorubá foi também importante nesse espaço”, diz um trecho do livro.
Segundo Washington, o livro também evidencia as trajetórias de personagens já conhecidos, como Maria Rogaciana e Fulô do Panela, nomes que aparecem em pesquisas sobre Vitória da Conquista. A proposta da publicação é conectar histórias sobre o pós-abolição no sertão da Bahia. “Mesmo que seja uma obra acadêmica, possui uma linguagem fácil para que seja acessível a todos”, enfatiza o autor.
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