Taxistas retirados da Avenida Lauro de Freitas após reforma do terminal reivindicam espaço na localidade

Por - 23 de junho de 2021

Doze motoristas que utilizavam o ponto localizado na avenida foram realocados para outras ruas do Centro, gerando prejuízos financeiros para integrantes da categoria

Os camelôs não foram os únicos retirados do seu local de trabalho com a inauguração da Estação de Transbordo Herzem Gusmão, no Centro. Um total de 12 taxistas que utilizavam o ponto número 19, que ficava na Avenida Lauro de Freitas, antes da reforma do terminal, também tiveram que ser realocados para outras três ruas do entorno, o que tem gerado prejuízos até mesmo para quem não atuava na localidade, segundo representantes da categoria.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Taxistas de Vitória da Conquista, Nilson Pinheiro, o ponto era utilizado há cerca de cinquenta anos por motoristas de táxi da cidade. Agora, uma parte dos profissionais removidos do local trabalha em frente à Farmácia Drogasil, na Rua Monsenhor Olímpio; outra nas proximidades do Banco Itaú, na Rua Francisco Santos; e um terceiro grupo foi realocado para a Rua Correia Leite, em frente às Lojas Americanas.

“A situação tem causado uma insatisfação muito grande porque a Prefeitura removeu os taxistas que utilizavam o ponto [da Lauro de Freitas] de uma maneira muito brusca. Eles mudaram o projeto do terminal e não deram a mínima atenção pra gente. E além de ter prejudicado os taxistas do ponto 19, tem prejudicado também os do ponto 38, localizado na Praça Vitor Brito”, disse Pinheiro. Segundo o sindicalista, o novo ponto na Correia Leite está em desacordo com o regulamento do sindicato, pois fica muito próximo do ponto 38, onde atuam outros profissionais.

Com a mudança, a clientela tem se dividido. Assim, há danos financeiros para taxistas de ambos os pontos, e isso também acaba causando conflitos internos dentro da categoria. “O ex-secretário de Mobilidade Urbana, Diego Gomes, havia nos garantido que, vinte dias após a inauguração da Estação de Transbordo, os motoristas de táxi que tem ficado em frente às Americanas passariam a ficar em frente à Farmácia Pague Menos, local onde antes funcionava a Elétrica Sol, [na esquina entre a Avenida Lauro de Freitas e a Travessa 2 de Julho]. Mas isso não foi feito, pois a atual secretária, Tônia Viana, considera a via estreita demais para garantir um espaço para os taxistas”, relatou Pinheiro.

Com isso, o impasse continua e nenhuma outra solução para o problema foi apontada até o momento. Ainda de acordo com o presidente do sindicato, a promessa feita na gestão do ex-prefeito Herzem Gusmão era de que seriam mantidos seis taxistas na Lauro de Freitas e a outra metade dos motoristas que utilizavam o ponto 19 seria realocada para outros espaços. Essa proposta, inclusive, havia sido aceita pelos profissionais, mas também não foi cumprida.

“O ideal mesmo era permanecer parte dos veículos na Lauro de Freitas, porque o impacto financeiro foi grande para quem usava o ponto 19 e teve que deixá-lo”, afirmou o representante da categoria. Ele destacou ainda que não havia diálogo nenhum com a gestão anterior, mas que agora tem conseguido fazer algumas reuniões com a atual secretária de Mobilidade Urbana, que prometeu realizar um estudo com objetivo de identificar uma solução para o problema. “Estive com a secretária na semana passada, na última sexta-feira, 18, e ela ficou de ouvir o Simtrans e dar uma resposta para a gente com relação a esse assunto”, concluiu.

O motorista Uriel Chaves Cardoso é um dos taxistas que atuava no ponto 19 e continua sofrendo prejuízos enquanto essa solução não chega. Para ele, desde que seja mantido um ponto de táxi na Lauro de Freitas, ainda que para uma quantidade menor de veículos, é possível que os motoristas revezem entre si o uso do espaço.

“Eu nunca vi uma área de transbordo, de embarque e desembarque de passageiros de transporte coletivo sem um ponto de táxi. Não dá pra entender qual foi o motivo de tirar o ponto de lá e não deixar nem ao menos uma vaga, duas vagas, o que fosse, para ter uma referência, dentro do terminal, de um ponto de táxi, até para o próprio passageiro. A gente não está pedindo muita coisa não”, desabafou.

*Foto de capa: Blog do Redação

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