Editorial | Em praça pública, mais uma mulher foi silenciada pelo feminicídio
Por Da Redação - 14 de julho de 2025
A cerca de 40 km de Vitória da Conquista, Edilaine de Jesus Silva Luz foi assassinada pelo ex-namorado. Mais uma vez, o Estado não foi capaz de proteger uma mulher que tentou escapar do ciclo de violência e abusos.
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A cerca de 40 km de Vitória da Conquista, no município de Planalto, um feminicídio aconteceu em via pública. No dia 5 de julho de 2025, Edilaine de Jesus Silva Luz, de 34 anos, foi assassinada pelo ex-namorado. Ela estava com uma amiga em uma moto, quando as duas foram perseguidas por João Paulo Silva de Sá. Segundo testemunhas, o homem atingiu a moto com o carro que dirigia e, em seguida, saiu do veículo e deu vários golpes de faca na ex-namorada.
Tudo aconteceu em plena luz do dia, numa avenida movimentada da cidade. Edilaine tinha uma medida protetiva contra João Paulo. Antes dos golpes finais que tiraram a sua vida, ela já vinha sofrendo ameaças. Mais uma vez, o Estado não foi capaz de proteger uma mulher que tentou escapar do ciclo de violência e abusos.
Edilaine não escapou. Virou mais um número em um mar de estatísticas aterrorizantes. De acordo com o Mapa da Segurança Pública 2025, o Brasil atingiu um recorde histórico. Em 2024, foram registrados 1.459 casos de feminicídio, o que representa pelo menos quatro mulheres mortas diariamente. Também houve um aumento nas tentativas de homicídio de mulheres, que somaram 8.648 no ano passado.
O feminicídio é o desfecho mais cruel de um ciclo de violência contra a mulher. É o golpe final após uma longa jornada de agressões físicas e psicológicas. É consequência direta de uma sociedade machista, misógina e patriarcal que transforma os corpos femininos em objetos descartáveis.
Apesar dos avanços no campo jurídico, com a criação de mecanismos como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, o assassinato de mulheres continua sendo uma realidade brutal, um medo que assola todas cotidianamente.
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